RELOGIO

sexta-feira, 21 de julho de 2017

CNC recebe visita de diretor do Ministério da Agricultura para tratar da liberação de recursos do Funcafé e pesquisa cafeeira


BALANÇO SEMANAL — 17 a 21/07/2017


FUNCAFÉ  O diretor do Departamento de Café, Cana de Açúcar e Agroenergia do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Silvio Farnese, visitou o presidente executivo do CNC, deputado Silas Brasileiro, na quinta-feira, 20 de julho. O representante do governo informou que os primeiros contratos para liberação de recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) já foram assinados com os agentes financeiros e equivalem a 37% do volume total disponibilizado na safra 2017.

Até hoje (21), foram assinados contratos que credenciam dez instituições a atuar na contratação de operações de crédito rural com recursos do Funcafé, os quais autorizam o repasse de R$ 1,827 bilhão dos R$ 4,890 bilhões disponíveis (tabela abaixo). O CNC orienta que os produtores procurem suas cooperativas para fazerem a demanda junto aos agentes financeiros, de forma que realizem os pedidos ao Governo e os recursos sejam liberados o mais breve possível.


ENCAMINHAMENTOS DO FÓRUM MUNDIAL — Como reflexo do conhecimento adquirido sobre os trabalhos de pesquisa cafeeira na Colômbia durante o Fórum Mundial de Produtores de Café, realizado em Medellín, na semana passada, o CNC agendou uma reunião com o Governo e a Embrapa Café para receber uma atualização dos trabalhos nessa área que vem sendo desenvolvidos no País.

Farnese confirmou a audiência para o dia 11 de agosto, na sede da estatal, oportunidade em que serão apresentados os estudos em andamento realizados pelo Consórcio Pesquisa Café no País para se traçar um comparativo entre as pesquisas já realizadas e em desenvolvimento na Colômbia e no Brasil, os dois maiores produtores mundiais da variedade arábica. Na sequência, os representantes da produção acompanharão os pesquisadores até o Centro de Pesquisa Agropecuária dos Cerrados (CPAC) da Embrapa, onde verificarão na prática os trabalhos desenvolvidos.

Também como encaminhamento do Fórum Mundial realizado na Colômbia, o Conselho Nacional do Café indicou Vanusia Nogueira, diretora da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), entidade que compõem o quadro de membros do CNC, como representante do Brasil no comitê que executará um plano de ação, com base nos subsídios fornecidos pelas conclusões do evento, para encontrar soluções aos baixíssimos níveis de preços pagos ao produtor e à excessiva volatilidade do mercado. A comissão também conduzirá esforços no sentido de encontrar saídas para sanar ou mitigar problemas como alterações climáticas, escassez de mão de obra e dificuldade na sucessão geracional da propriedade.

CAFÉ CONILON NA BOLSA B3 — Desde o mês passado, representantes do Governo do Espírito Santo, através da Secretaria de Estado de Agricultura , Abastecimento, Aquicultura e Pesca (SEAG), iniciou tratativas com executivos da B3 (Brasil, Bolsa e Balcão) — quinta maior bolsa de mercado de capitais e financeiro do mundo em valor mercadológico —, de São Paulo (SP), para analisar a possibilidade da reabertura dos contratos de café conilon no mercado futuro.

A demanda surgiu da convicção de que os capixabas possuem conhecimento nas áreas produtivas e de qualidade em café conilon, mas falta expertise nos mercados. O Governo do Estado entende que é necessário dominar todas as etapas do processo e, nesse sentido, a comercialização futura é peça fundamental para que o produto feche o ciclo mercadológico e se cacife para enfrentar os desafios que o mundo globalizado demanda.

O CNC enaltece a nobre e proativa atitude dos representantes do Espírito Santo e ingressa como parceiro e apoiador da iniciativa para que o café conilon brasileiro possa ser comercializado em mercado futuro na B3, pois esse fato dará condições para que os produtores tenham mais segurança ao usufruírem de mecanismos de travas e proteção às volatilidades do mercado.

MERCADO — Os contratos futuros do café arábica registraram leve alta no acumulado da semana, sendo impulsionados pelo clima frio no Brasil, que liga o alerta para a possibilidade de geadas, e pelo enfraquecimento do dólar frente ao real.

Ontem, ao término dos negócios, a moeda norte-americana foi cotada a R$ 3,1493, com perda de 1,12% na comparação com o desempenho da semana anterior. A depreciação da divisa se deu, entre outros fatores, pela continuidade de ingressos de recursos estrangeiros para Ofertas Públicas Iniciais (IPOs) de ações na B3 (antiga BM&FBovespa).

No exterior, onde o dólar também registra declínio, a pressão vem do revés sofrido pelo governo Donald Trump no Senado, com o Partido Republicano abrindo mão de tentar aprovar um projeto de lei de saúde em substituição ao chamado "Obamacare", gerando especulações de que a Casa Branca enfrentará dificuldades para implantar seu plano de impulsão à economia.

De acordo com a Somar Meteorologia, a massa de ar frio perde força no Brasil, possibilitando que as temperaturas se elevem um pouco, reduzindo, temporariamente, o risco de geadas nos cafezais. Devido ao afastamento da frente fria para o oceano, as áreas de chuva na Região Sudeste ficarão restritas ao litoral do Espírito Santo.

No mercado doméstico, os agentes seguem monitorando as condições climáticas no País e afastados das praças de comercialização. Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o indicador do café arábica retomou os níveis de um mês e meio (12/06) ao romper o patamar de R$ 455 por saca e fechar, ontem, a R$ 455,07.

O indicador do café robusta, por sua vez, ficou em R$ 411,83/saca na quinta-feira, com alta de 0,4% na semana. Porém, também como reflexo das preocupações com o clima frio no Brasil, os agentes se mantêm fora do mercado.




Atenciosamente,

Deputado Silas Brasileiro
Presidente Executivo

terça-feira, 18 de julho de 2017

Café: Cotações do arábica operam com leve alta nesta manhã de 3ª feira na Bolsa de Nova York

Os contratos futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) operam com alta próxima de 100 pontos nesta manhã de terça-feira (18) e recuperam parte das perdas registradas na véspera. Os vencimentos seguem acima de US$ 1,30 por libra-peso. O mercado realiza ajustes técnicos, mas também acompanha as informações da safra 2017/18.
Por volta das 09h18 (horário de Brasília), o contrato julho/17 registrava 131,55 cents/lb e baixa de 15 pontos (fechamento da sessão anterior), o setembro/17, referência de mercado, estava cotado a 134,35 cents/lb com valorização de 80 pontos. Já o vencimento dezembro/17 subia 75 pontos, a 137,90 cents/lb, e o março/18, mais distante, tinha alta de 65 pontos e estava sendo negociado a 141,25 cents/lb.
"Começamos a semana, tanto Nova York como Londres, lateralizadas e sem pegada compradora", disse em informativo o analista da Maros Corretora, Marcus Magalhães, em referência ao mercado ontem (17) acrescentando ainda o viés financeiro do mercado. Na semana passada, as cotações futuras do arábica tiveram valorização acumulada de mais de 4%, chegando a US$ 1,40/lb em alguns vencimentos. Dessa forma, ajustes técnicos são naturais no mercado.
No Brasil, por volta das 09h14, o tipo 6 duro era negociado a R$ 450,00 a saca de 60 kg em Espírito Santo do Pinhal (SP) – estável, em Guaxupé (MG) os preços também seguiam estáveis a R$ 455,00 a saca e em Poços de Caldas (MG) estava sendo cotado a R$ 449,00 a saca. Os negócios com café estão lentos nas praças de comercialização do Brasil.
Veja como fechou o mercado na segunda-feira:
Por: Jhonatas Simião
Fonte: Notícias Agrícolas

segunda-feira, 17 de julho de 2017

Epamig: Clima frio e seco favorece as principais regiões produtoras do Brasil

Nas últimas semanas o frio e o ar mais seco têm sido as principais características do início do inverno 2017 na maior parte da região central do Brasil. Algumas regiões registraram frio recorde nos últimos dez anos. Tais condições, todavia, têm contribuído para os trabalhos de colheita do café, da cana e do algodão, que começou mais recentemente.
Em Minas Gerais, de acordo com o 5º Distrito de Meteorologia (5º DISME), o mês de junho foi marcado pela queda gradativa das temperaturas, principalmente da máxima, e da amplitude térmica, sugerindo maior presença de nebulosidade diurna durante a segunda quinzena do mês. Tais condições de frio ocorreram devido à atuação de uma massa de ar frio no Sul e Oeste do Estado. Foi observado também grande amplitude térmica nos últimos dias do mês, situação decorrente de predomínio de céu claro principalmente no período noturno.
O clima de junho
As chuvas foram até 10 mm inferiores ou superiores à climatologia do mês (Figura 1), assim, o volume total de chuvas foi próximo ao esperado para junho.

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Figura 1 – Precipitação mensal acumulada (a) e anomalia de precipitação para junho(b). Fonte: SEÇÃO DE ANÁLISE E PREVISÃO DO TEMPO (SEPRE - 5º DISME) BELO HORIZONTE
Também de acordo com o 5º DISME (Figura 2a), em uma pequena área do Triângulo Mineiro e em grande parte do Norte e Noroeste do Estado o armazenamento de água no solo em junho foi inferior a capacidade de campo em aproximadamente 15%.  Com base na Figura 2b pode ser observado que praticamente todo o Estado,ao final do mês, apresentava déficit hídrico superior a 3 mm nas áreas com baixo armazenamento, nas três áreas citadas.

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Figura 2 - Condição de déficit hídrico no dia 30 de junho de 2017. Fonte: SISDAGRO – www.inmet.gov.br
Na Figura 3 são apresentados os mapas com as anomalias de temperatura do ar máxima e mínima. Segundo o 5º DISME, ao longo de junho as temperaturas máximas estiveram acima da média em grande parte da faixa Norte e Leste do Estado.
Os valores abaixo da média no Triângulo Mineiro e em áreas da faixa central do Estado sugerem dias mais nublados que o normal ao longo do mês. De maneira análoga, a temperatura mínima acima da média está associada a maior ocorrência de noites mais nubladas em grande parte do Estado.

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Figura 3 – Anomalias de temperatura: (a) máxima e (b) mínima no mês de maio/2017
Chuvas em agosto
O mês deverá ser tipicamente de inverno, com poucas chuvas, principalmente no Sudeste e no Centro-Oeste do Brasil.  A chuva sazonal poderá ocorrer abaixo da média nos municípios de Cataguases e Juiz de Fora, na mesorregião da Zona da Mata, assim como também em Andrelândia, São Lourenço e Itajubá, na mesorregião do Sul de Minas. Nas demais regiões do estado as chuvas deverão ocorrer dentro da média esperada para o período.
Em São Paulo a chuva também poderá ser abaixo da média no Vale do Paraíba, na região Metropolitana e em Itapetininga. E no Paraná as chuvas poderão ficar abaixo da média nas regiões do Norte Pioneiro, Centro Oriental e Norte Central.
Temperaturas em agosto
Em todo o estado de Minas Gerais há probabilidade de que no mês de agosto a temperatura atmosférica ocorra dentro da média ou pouco acima desta. Há, porém, probabilidade de que as temperaturas ocorram acima da média na mesorregião do Jequitinhonha e Vale do Rio Doce. Na mesorregião da Zona da Mata a probabilidade se mantém para os municípios de Cataguases, Muriaé e Manhuaçu. No Norte de Minas deve ocorrer o mesmo nos municípios de Janaúba e Salinas. E a previsão se mantém também para o município de Ituiutaba, no Triângulo Mineiro. De um modo geral, dentre todos os municípios do estado de Minas, Paracatu, Patos de Minas e Patrocínio são aqueles que apresentam maior probabilidade de registrar temperaturas acima da média.
O café e o clima
Assim como tem se apresentado favorável a colheita, o clima também colabora com o processo de secagem de café, principalmente nos terreiros secadores. Ainda assim, o produtor não deve esquecer de dar maior atenção ao café recém colhido e que é colocado no terreiro, isso porque a deterioração do café ocorre principalmente nos três primeiros dias, quando apresenta a mucilagem e maior teor de água, condição extremamente favorável à fermentação.
Para aqueles produtores que já encerraram a colheita deve ser dada maior atenção a execução das podas quando forem necessárias. É necessário lembrar que quanto mais breve forem as podas, maior será o tempo para o desenvolvimento vegetativo da planta e, consequentemente, mais rápido será o retorno econômico para o produtor.
Outro aspecto a ser observado é a poda por esqueletamento, sem desbrota, tem apresentado bons resultados e por isso tem sido a mais utilizada pelos cafeicultores nas últimas safras.
O tempo seco, típico de inverno, deve continuar devido a atuação de grandes centros de altas subtropicais sobre o continente, que exercem grande bloqueio atmosférico impedindo a formação de nuvens de chuva e desviando as frentes frias para o Atlântico. Contudo, frentes frias mais fortes, que conseguem avançar para além da região Sudeste, deverão se formar na segunda quinzena de julho e ao longo de agosto aumentando o risco de ocorrência de geadas no sul do país e nas áreas mais elevadas e montanhosas do Sudeste e Centro Oeste.
Prognóstico
A análise e o prognóstico climático aqui apresentados foram elaborados com base na estatística e no histórico da ocorrência de fenômenos climáticos globais, principalmente daqueles atuantes na América do Sul. Leva-se em consideração ainda as informações disponibilizadas livremente pelo NOAA; o Instituto Internacional de Pesquisas sobre Clima e Sociedade - IRI; o Met Office Hadley Centre; o Centro Europeu de Previsão de Tempo de Médio Prazo — ECMWF; Boletim Climático da Amazônia, elaborado pela Divisão de Meteorologia (DIVMET) do Sistema de Proteção da Amazônia (SIPAM), e com base nos dados climáticos disponibilizados pelo INMET/CPTEC-INPE.
Pelo fato do prognóstico climático fazer referência a fenômenos da natureza que apresentam características caóticas e são passíveis de mudanças drásticas, a EPAMIG e a Embrapa Café não se responsabilizam por qualquer dano e, ou, prejuízo que o usuário possa sofrer ou vir a causar a terceiros, pelo uso indevido das informações contidas no presente artigo, sendo de total responsabilidade do usuário (leitor) o uso das informações aqui disponibilizadas.
Williams Ferreira - Pesquisador da Embrapa Café/EPAMIG Sudeste na área de Agrometeorologia e Climatologia, atua principalmente em pesquisas voltadas para o tema Mudanças Climáticas Globais. 
Marcelo Ribeiro - Pesquisador da EPAMIG na área de Fitotecnia, atua em pesquisas com a cultura do café.
Fonte: Epamig

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