RELOGIO

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Semana: Atuação do CNC voltada para a produção deve gerar melhorias ao setor

cnc

BALANÇO SEMANAL — 12 a 16/10/2015

— Atuação do CNC voltada para a produção deve gerar melhorias ao setor.

VOLIAM TARGO — Nesta semana, como resultado das diversas ações institucionais realizadas pelo Conselho Nacional do Café para se ampliar a concorrência e ter, de fato, um produto registrado para o combate à broca, obtivemos um importante passo, haja vista que foi publicada, no Diário Oficial da União, a Resolução Anvisa Nº 2.830, na qual a Superintendência de Toxicologia da Agência Nacional de Vigilância Sanitária tornou público o deferimento, entre outros, do processo de registro do Voliam Targo (avaliação toxicológica).

Em contato com o Departamento de Fiscalização de Insumos Agrícolas (DFIA) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o CNC teve ciência que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) também já deferiu o processo de registro do Voliam Targo (avaliação ambiental). Dessa forma, estabelecemos conversa com o secretário de Defesa Agropecuária, Décio Coutinho, solicitando que o Mapa dê prioridade para a finalização do processo de registro.

Recordamos, também, que o Voliam Targo é mais um dos produtos que o CNC elencou como prioritário em lista entregue ao Mapa e que seu registro será de grande valia ao setor produtor da cafeicultura brasileira no sentido de disponibilização do maior número de produtos possíveis aos produtores, o que gera concorrência entre as empresas e evita o encarecimento dos custos de produção.

Nessa mesma linha de atuação, lembramos que, em 28 de setembro, a Secretaria de Defesa Agropecuária do Mapa publicou o Ato nº 1, no qual o diretor do DFIA, Girabis Evangelista Ramos, definiu os produtos priorizados para atendimento às pragas de maior importância econômica no Brasil descritas na Portaria DSV nº 5 de 21 de agosto de 2015. Assim, o Metaflumizone, ingrediente ativo para o combate à broca do café e que o CNC havia elencado na lista entregue ao Mapa, está entre as prioridades estipuladas pelo Departamento.

Além disso, outro princípio recomendado por nós à Pasta, o Fluensulfone, voltado ao combate de nematóides — ainda que sem determinação para qual cultura —, também foi inserido como prioritário. Satisfeito com o andamento observado até o momento, o CNC reitera que permanecerá com trabalho ativo no sentido de obter a disponibilização do maior número de princípios ativos e produtos para o combate de pragas e doenças do cafeeiro no Brasil.

CDPD/CAFÉ — Na próxima quinta-feira, 22 de outubro, será realizada a 23ª Reunião do Comitê Diretor de Pesquisa e Desenvolvimento do Café - CDPD/Café, do Conselho Deliberativo da Política do Café (CDPC), oportunidade na qual o CNC levará à pauta a matéria relacionada ao registro do Voliam Targo. Após os deferimentos por parte da Anivsa e do Ibama, nossa ação é continuar os contatos no Mapa para dar agilidade ao registro.

O CNC, na condição de representante e defensor do setor produtor da cafeicultura brasileira, entende que o acompanhamento e os trâmites relacionados a esses processos são fundamentais ao cafeicultor brasileiro, uma vez que eles deverão render frutos no sentido de haver mais produtos efetivos para o combate das pragas e doenças do cafeeiro, o que criará um ambiente de disputa comercial entre as empresas e possibilitará que os produtores não paguem preços elevados por apenas uma mercadoria à disposição.

Também com foco em melhorias ao setor de produção, através dos investimentos em pesquisa e tecnologia, o Conselho Nacional do Café solicitará, conforme acordado na reunião do CDPD de 14 de julho, priorização da liberação dos recursos para os projetos de manutenção e conservação dos bancos de germoplasma do Brasil, sem os quais podemos vivenciar um cenário de erosão de nossos recursos genéticos, que são a base para o fortalecimento da competitividade da cafeicultura brasileira.

Essa demanda é fundamental no atual cenário mundial da cafeicultura, já que os países concorrentes vêm investindo na ampliação das bases genéticas para as pesquisas cafeeiras, objetivando ampliar omarket share. Assim, o CNC considera que não é compreensível o Brasil, principal fornecedor mundial de café, caminhar na contramão e criar dificuldades burocráticas para preservar e ampliar a diversidade de seus recursos genéticos cafeeiros.

Também levaremos para debate no CDPD a disponibilização de informações mais detalhadas sobre os 92 projetos de pesquisa e seus respectivos planos de ação da Chamada 02/2013 da Embrapa Café, com o intuito de apurarmos: resultados esperados, recursos repassados e executados por cada instituição de pesquisa, status do andamento dos projetos de pesquisa e equipes envolvidas no desenvolvimento dos projetos, destacando os bolsistas financiados com recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé). Entendemos que esse ponto é de extrema relevância no sentido de aprimorarmos, cada vez mais, a aplicação desses recursos objetivando melhorias para toda a cadeia produtiva.

Por fim, a reunião do CDPD ainda contará com a apresentação, por parte da Conab, e posteriores posicionamentos dos titulares do Comitê sobre o "Projeto de mapeamento e qualificação das informações e conhecimento do parque cafeeiro nos estados produtores". O CNC entende como fundamental a clareza nas estatísticas do setor e vem incitando o fato em nível mundial, nas rodadas de reuniões da Organização Internacional do Café (OIC).

Como principal player do mercado cafeeiro, o Brasil precisa dar o exemplo, o que, além de estimular as demais nações a investirem em tecnologias como o georreferenciamento, possibilitará um cenário mais nítido sobre os dados da produção global, evitando, consequentemente, a maré de especulações que diversos agentes ocasionam, muitos com o intuito único de depreciar o produto para obter vantagens na compra.

CDPE/CAFÉ — Também na quinta-feira, será realizada a 23ª reunião do Comitê Diretor de Planejamento Estratégico do Agronegócio Café – CDPE/Café do CDPC. Para debate, o CNC apresentará uma pauta focada nos seguintes itens descritos abaixo.

- Longevidade do Funcafé
Como não há alimentação do Fundo, e em função dos gastos com spread bancário e da liberação de recursos não reembolsáveis, a longevidade do Funcafé está comprometida para garantir políticas voltadas à renda dos produtores. Sugeriremos um encaminhamento efetivo deste tema no CDPE, com criação de grupo de trabalho com prazos para apresentação de resultados, para avaliar a longevidade do Fundo e a proposição de soluções para ampliá-la.
 - Capilaridade do Funcafé
O CNC apoia uma maior participação do Bancoob na aplicação do Funcafé, através das Cooperativas de Crédito, sendo esta uma forma dos recursos chegarem aos pequenos e médios produtores com menos burocracia e exigências de contrapartida.
 - RO e recursos de outras fontes
O CNC entende a necessidade de outras fontes de recursos além do Funcafé para financiar a cafeicultura, sendo este um desafio que deve estar presente em nossas ações, haja vista que os recursos do Fundo são suficientes para financiar somente 25% da safra.

 - Planejamento Estratégico 
Estipular objetivos da cadeia café de curto, médio e longo prazos, definindo visão de futuro a ser alcançada pelo menos nos próximos 10 anos. É importante definir que tamanho queremos ter e como alcançá-lo com renda para os produtores. Para tanto, é fundamental o monitoramento e a avaliação permanente das oportunidades e das ameaças à cafeicultura brasileira, assim como, se desejamos criar uma política pública para o setor, a primeira ação é levantar parque produtivo, área cultivada, idade do cafeeiro, capacidade produtiva, espaçamento, estoques de café, demandas e evolução do consumo interno e mundial, enfim, ter estatísticas confiáveis.

 - Necessidade de prorrogação dos financiamentos de custeio
Conforme Ofício CNC Nº 82/09, enviado à Ministra Kátia Abreu em 17 de setembro, reforçamos a necessidade da prorrogação dos financiamentos de custeio do Funcafé, vincendos em 2015, devido à menor capacidade de pagamento dos cafeicultores, os quais vivenciam sensível redução de renda em função de duas frustrações de safra consecutivas e da elevação dos custos de produção com insumos, que são importados, devido à desvalorização do real frente ao dólar.

MERCADO — Os futuros do café acumularam valorização nesta semana, influenciados pelo dólar e pelo clima no Brasil. A moeda norte-americana encerrou o pregão de ontem a R$ 3,8005, com alta de apenas 1,2% em relação à última sexta-feira. O mercado cambial apresentou significativa volatilidade, principalmente devido ao cenário político doméstico. Porém, o desempenho aquém do esperado de alguns indicadores macroeconômicos dos Estados Unidos, que aumenta as apostas contrárias à alta dos seus juros ainda em 2015, ameniza a tendência de depreciação do real ante o dólar.

As condições climáticas no cinturão cafeicultor brasileiro também têm conferido suporte às cotações futuras do arábica. Segundo a Climatempo, um sistema de alta pressão atmosférica dificulta a formação de chuvas no interior da Região Sudeste. Entre 19 e 23 de outubro, a previsão de volumes acumulados para a maioria das áreas produtoras de café não ultrapassa os 30 mm.

Na ICE Futures US, o vencimento dezembro do Contrato C foi cotado, na quinta-feira, a US$ 1,3370 por libra-peso, acumulando ganhos de 210 pontos ante o fechamento da semana passada. Na ICE Futures Europe, o contrato futuro do café robusta acompanhou a tendência de alta. O vencimento novembro/2015 encerrou o pregão a US$ 1.667 por tonelada, com valorização de US$ 44 em relação ao final da semana anterior.

No mercado físico nacional, os indicadores calculados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para as variedades arábica e conilon foram cotados, ontem, a R$ 500,81/saca e a R$ 363,47/saca, respectivamente, com altas de 2,4% e 1,1% em relação ao fechamento da semana anterior. Apesar da elevação dos preços, que para o café arábica atingiram o maior valor em cerca de um ano, os produtores seguem retraídos, aguardando melhor definição do cenário de oferta e demanda de mercado.





Atenciosamente, 


Silas Brasileiro
Presidente Executivo

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Nove entre dez brasileiros consomem café diariamente e o Brasil é o maior exportador mundial


Brasília (13/10/2015) - A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) promoveu na quinta-feira, (08/10), na sede da entidade, em Brasília, um evento festivo com a degustação de vários tipos de cafés das principais regiões produtoras do país, com as espécies arábica e conilon, tradicionais nos estados de Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Bahia e Paraná.  O objetivo da CNA, a propósito do Dia Internacional do Café, comemorado oficialmente no dia primeiro de outubro, foi destacar e lembrar o fato de o café ser um dos mais importantes produtos da pauta de exportação brasileira, com influência decisiva na formação econômica, social e cultural do país.
No ano passado, as exportações brasileiras de café alcançaram receita de US$ 6,6 bilhões e embarques de 36,4 milhões de sacas, um recorde histórico do segmento cafeeiro. O Brasil é o maior produtor e exportador mundial de café e, em meados do século passado, chegou a ser o principal item da pauta de exportação brasileira, definindo os rumos da economia brasileira. Dados da Organização Internacional do Café (OIC) indicam que o consumo mundial de café, atualmente, está em torno de 150 milhões de sacas e que, até 2020, o consumo deverá atingir 170 milhões de sacas por ano. 
Agregando valor - A Comissão Nacional do Café, da CNA, presidida por Breno Pereira de Mesquita, foi quem organizou o evento com o objetivo de dar visibilidade ao café como sendo um dos mais importantes produtos da marca “made in Brazil”. Para Breno Mesquita, mesmo o Brasil exportando mais o café verde, em detrimento do produto industrializado, “os cafeicultores têm conseguido agregar valor, garantindo equilíbrio entre receita e despesa”. 
O consultor técnico da Comissão, Fernando Rati, e a coordenadora de política agrícola da Superintendência Técnica (SUT) da CNA, Natália Sampaio Fernandes, foram os mestres de cerimônia. O evento foi marcado pela informalidade e a curiosidade dos presentes sobre as origens, a qualidade e a importância do café para a economia brasileira. 
Rati lembrou que o café é o produto mais consumido no mundo, superado apenas pela água, “ficando abaixo apenas do petróleo, em termos de importância econômica mundial”. E um fato incontestável sobre a popularidade e a importância do café no Brasil: nove em cada dez brasileiros tomam café diariamente. 
Assessoria de Comunicação CNA

Produtores brasileiros investem em café gourmet para escapar de oscilações na economia

Assim que o sol nasce na Serra de Caparaó, no Espírito Santo, Tarcisio Lacerda leva a reportagem da BBC para um tour em sua propriedade. No passeio em sua picape, por meio das colinas, é possível avistar os trabalhadores colhendo grãos de café nas plantações que tomam o vasto vale ao redor.
O café tem sido a espinha dorsal econômica dessa região há mais de um século.
Por décadas, a família de Lacerda conheceu a riqueza e a pobreza, uma vez que sua renda sempre oscilou em torno do café. Secas, medidas do governo, consumo global e questões cambiais, entre outros fatores, foram bênçãos e maldições que determinavam seu destino.
Mas, nos últimos cinco anos, os fazendeiros dessa região brasileira estão encontrando novas maneiras para comandar seu próprio destino em um cenário global em que, após um período de boom no preço das commodities, economias como a brasileira têm dificuldades para se ajustar à queda na demanda e aos preços menores.
Tarcisio Lacerda levou a BBC até o topo de uma colina e mostrou o segredo deles.
Especial
O vale está cheio de plantas de café – mas nem todas necessariamente produzem um bom café. No passado, os fazendeiros costumavam coletar todos os grãos, colocá-los em sacas e embarcá-los em navios rumo ao exterior, aceitando qualquer preço que estivesse listado no mercado de commodities.
Agora, porém, Tarcisio Lacerda e sua família estão separando os melhores grãos – a maioria deles cultivados 1,5 mil metros acima do nível do mar – e produzindo suas próprias marcas especiais com eles. O restante é vendido ao mercado ainda na forma de grãos verdes, ou seja, baratos e não processados.
"Normalmente nós dobramos o preço ao migrar da commodity para a especialidade. Uma saca de café comum vale agora R$ 450, mas nós podemos vender o café especial por cerca de R$ 900 ou R$ 1 mil", conta.
A fazenda vizinha à de Tarcisio, a Forquilha do Rio, venceu alguns dos principais prêmios brasileiros dedicados ao café. A qualidade de seu produto se deve às favoráveis condições locais – temperaturas amenas, boa exposição ao sol e altitude elevada.
"Nós sabíamos que nosso café era bom, mas não tínhamos a menor ideia de que era tão bom assim. E foi assim até começarmos a disputar esses concursos, há cerca de cinco anos. Descobrimos o quão valioso ele é", diz Afonso de Abreu Lacerda (que não é parente de Tarcisio) em frente a um armário cheio de troféus.
Em 2012, quando a Forquilha do Rio venceu um dos principais prêmios do país, eles conseguiam vender um de seus lotes por US$ 950 (R$ 3,5 mil), mais que seis vezes o preço da commodity à época.
Hoje, a fazenda exporta seu próprio produto final, com sua marca, para China e Japão.
Revolução dos jovens
A "revolução do café gourmet" ocorre, em parte, graças a Jhone, de 26 anos, filho de Tarcisio.
Quando tinha apenas 15 anos, ele largou a escola e se mudou para a propriedade da família, determinado a aprender tudo sobre o mercado do café.
A cada temporada, pai e filho experimentaram diferentes formas de colheita, secagem e torrefação de seu produto.
Jhone desenhou, construiu e patenteou um novo equipamento para secagem – responsável, em boa parte, por tornar grãos commodity em café gourmet.
Ele também se tornou um Q-Grader licenciado – ou seja, parte de uma categoria altamente qualificada de provadores de café.
Pai e filho começaram a desenvolver sua marca, a Fazenda Santa Rita, após comprarem torrefadoras. Agora, comercializam seus próprios pacotes.
Imposição do mercado
O principal desafio de Jhone Lacerda era produzir café de qualidade pronto para o consumo e, com isso, deixar de depender do mercado das commodities.
"Essa mudança de curso foi algo que o mercado nos impôs. Nós estávamos acostumados a depender do preço das commodities, de aspectos como quanto café as pessoas estavam bebendo em outros países ou se esses locais estavam em crise ou não", diz ele.
"Queremos fazer parte de um setor menor, mas que não depende apenas da demanda. No mercado do café especial, não é a demanda global que determina o preço. É a qualidade do produto que você oferece."
Com esse pensamento, fazendeiros da região estão atuando em conjunto para elevar a qualidade de seus produtos.
E Jhone tem um papel importante: ele usa suas habilidades de provador Q-Grade para aconselhar todos os produtores vizinhos sobre qual preço cobrar por sua produção.
Com outras duas famílias, ele criou o Montanhas do Caparaó, um mix de alguns dos melhores cafés da região, que já venceu um dos principais prêmios do país.
Jhone agora está de volta à escola: ele estuda a produção do café no Instituto Federal do Espírito Santo.
Brasil importa o café brasileiro
Segundo seu pai, o Brasil finalmente acordou de um sono de séculos e sente o cheiro de seu próprio café especial. Seus pais, diz, jamais pensaram nisso.
O país é, de longe, o maior produtor e exportador mundial de café. Cerca de um terço do café mundial vem de terras brasileiras – mas praticamente tudo isso é composto de grãos verdes, com valor agregado muito baixo.
A Alemanha, por exemplo, não colhe café, mas é um dos maiores exportadores globais. Ela importa grãos crus e os transforma em marcas finais, as quais vende para outros países por preços altos.
O valor que o Brasil agrega a seu café é tão baixo que o país importa exatamente os mesmos grãos que exporta – uma lógica que desafia os economistas.
Esse é o caso da mistura que está dentro das cápsulas da marca Dolce Gusto, da Nestlé. Grãos verdes do Brasil são enviados à Alemanha e ao Reino Unido para serem transformados em cápsulas. Essas mesmas cápsulas são, então, exportadas para o Brasil, onde são vendidas aos consumidores locais.
A Nestlé está mudando isso e planeja abrir sua primeira fábrica do produto no país ainda neste ano.
"O Brasil sempre foi o maior produtor e um dos maiores consumidores de café e, por isso, nunca teve de se preocupar em cuidar da qualidade do produto para seus próprios consumidores", afirma Tarcisio Lacerda.
Tendência
No mercado commodity, o preço dos grãos verdes de café depende de fatores como o clima e o consumo mundial.
Mas outros tipos de commodities – como grão de soja e minério de ferro – estão sofrendo, por exemplo, os efeitos da desaceleração da economia chinesa.
Como o Brasil e a América Latina dependem severamente das commodities e do consumo na China, toda a região acaba, por consequência, afetada. As estimativas são que economia brasileira tenha uma retração de mais de 2% neste ano.
O chefe do departamento de relações exteriores do Ministério daAgricultura, Alberto Coelho Fonseca, afirma que produtores de diferentes áreas estão agora tentando agregar valor aos alimentos e exportar produtos refinados como estratégia para compensar a queda dos preços no mundo.
"Um café especial pode ser vendido a um preço 300% maior que o do café comum. Mesmo que eles ainda sejam uma parte muito pequena das exportações, as técnicas de produção de bons cafés especiais podem se espalhar pela cadeia."
No mercado de aves, afirma Coelho Fonseca, empresas brasileiras estão contratando cortadores de carne japoneses para consultoria sobre como produzir cortes "premium" no país antes de exportá-los para o Japão.
Agora, o governo quer ajudar essas marcas "premium" a decolar no exterior.
Na Olimpíada do Rio, no ano que vem, haverá espaços para promover o café especial produzido no país nas Casas Brasil, espaços dedicados a divulgar o turismo brasileiro.
"Cerca de 70% do café preparado por marcas (estrangeiras) como Starbucks, Café Nero e Costa certamente vem do Brasil. Nós precisamos mostrar melhor nossos produtos."
Turismo
Na Serra do Caparaó, os produtores locais encontraram uma outra forma de agregar valor a seus produtos: o turismo.
Fazendeiros abriram cafeterias e hostels nos quais visitantes podem fazer tours de degustação de café, inspirados na experiência dos produtores de vinhos do Vale de Napa, na Califórnia.
O trabalho ainda está no início, mas já ajuda a consolidar a reputação da região.
Cafés especiais são uma relativa novidade no Brasil. Cafeterias gourmet têm sido abertas em grandes cidades como São Paulo e Rio de Janeiro. Muitas delas já carregam as marcas da Caparaó.
Jhone e Tarcisio Lacerda têm grandes planos. Metade dos grãos de suas fazendas já são usados para produzir seu café especial. E, a cada colheita, eles experimentam novas técnicas de produção.
Em apenas cinco anos, percorreram um longo caminho. Mas Jhone Lacerda diz que eles estão apenas começando.
"Nós queremos produzir o melhor café do mundo. Nós queremos que a região da Caparaó se torne reconhecida em todo o mundo."
Fonte: BBC Brasil

Cafés do Brasil: um negócio sustentável do pequeno ao grande produtor


Vendas de café vietnamita ganham força antes do pico da colheita

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HANOI, (Reuters) - As vendas de café da safra velha do Vietnã aceleraram nos últimos dias por força da moeda local e com os produtores tentando reduzir os estoques antes do pico da colheita, disseram operadores nesta terça-feira.
O Vietnã, o maior produtor mundial de café robusta, começou o ano safra 2015/2016 com estoques finais em um nível recorde de mais de 500 mil toneladas, pressionando os preços e produtores, que vão acelerar a colheita a partir do meio de novembro.
"Os carregamentos serão principalmente de café da safra velha, enquanto os grãos novos estarão prontos para exportação no final de novembro", disse um operador de uma empresa europeia na cidade de Ho Chi Minh.
Produtores e alguns especuladores começaram a liberar estoques nos últimos dias, conforme os preços avançaram levemente, disseram operadores.
O café robusta permaneceu entre 36.000 e 36,200 dongs (equivalentes a 1,61/1,62 dólar) por quilo na terça-feira em Daklak, maior província produtora do país, onde as primeiras colheitas já começaram, contra 36.000 a 36.300 dongs uma semana atrás.
Os vendedores vietnamitas estão esperando agora prêmios de 50 a 60 dólares por tonelada por novos grãos, disse um operador em Buon Ma Thuot.
(Por Ho Binh Minh)
Fonte: Reuters 
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