RELOGIO

sábado, 20 de dezembro de 2014

CNC: Balanço Semanal - 15 a 19/12/2014


BALANÇO SEMANAL — 15 a 19/12/2014

— CNC contrata Fundação Procafé para realizar levantamento da safra 2015.

SAFRA 2015 —
 Mantendo a postura de não dar credibilidade a especulações infundadas em relação ao tamanho de nossas colheitas cafeeiras, bem como a de ter atitude coerente a de um representante setorial, o Conselho Nacional do Café comunica que contratou, junto à conceituada Fundação Procafé, um levantamento sobre a safra brasileira 2015, o qual entendemos que contribuirá para os trabalhos que serão realizados também pelo Governo Federal.

Neste mês de dezembro, a instituição de pesquisa está realizando a seleção de técnicos que, a partir de janeiro, irão a campo analisar a real situação das lavouras cafeeiras e observar qual foi o pegamento das floradas, a quantidade de chumbinhos e, principalmente, o montante que vingou frutos e qual o seu desenvolvimento. O estudo está previsto para ser concluído em fevereiro.

Como frisamos em nossos boletins anteriores, uma melhor apuração do impacto climático na safra 2015 poderia ser observado somente a partir de janeiro, exatamente o período em que os profissionais de pesquisa realizarão os trabalhos de campo e em uma fase na qual a frutificação resultante das florações já estará bem definida.

A Procafé realizará o levantamento nas principais áreas do cinturão produtor do Brasil, envolvendo os Estados de Minas Gerais (regiões Sul, Oeste, Triângulo, Alto Paranaíba, Noroeste, Zona da Mata, Jequitinhonha e Norte), Espírito Santo (áreas de arábica e conilon), Bahia (áreas de arábica e conilon), São Paulo (região Mogiana e demais) e Paraná (dados serão obtidos juntos ao Departamento de Economia Rural do Estado).

O CNC informa que o objetivo desse estudo é se chegar o mais próximo à realidade da produção nacional para, aliado às informações sobre estoques, consumo e projeções de exportações, a cadeia do agronegócio café elaborar políticas estratégicas e estruturantes ao setor, possibilitando que todos os elos tenham rentabilidade e sustentabilidade, de maneira que não se puna o consumidor, com preços altos, tampouco o cafeicultor, com preços aviltados e abaixo dos custos de produção.

MERCADO — O mercado do café arábica apresentou grande volatilidade nesta semana, sendo influenciado pelo comportamento do câmbio e pelas especulações a respeito do volume que o Brasil colherá na próxima temporada.

A continuidade das chuvas sobre as regiões produtoras brasileiras tem estimulado uma multiplicidade de estimativas precoces sobre a safra 2015/16, que impulsionam a volatilidade dos preços. Além disso, a piora do cenário macroeconômico internacional resultou em pressão sobre as cotações do café no início desta semana.
A crise na economia da Rússia contaminou os mercados, elevando a percepção de risco dos investidores que buscaram refúgio nos títulos do Tesouro dos Estados Unidos. A queda dos preços do petróleo, que demonstra fraqueza da economia global, as eleições na Grécia e as expectativas de aumento da taxa de juros norte-americana, apesar da sinalização contrária de sua autoridade monetária, também geram nervosismo. Com isso, o dólar voltou a fortalecer-se ante as principais moedas dos países exportadores decommodities, principalmente até a quarta-feira.

Na terça, o dólar comercial foi cotado a R$ 2,7355 no Brasil. Já, ontem, com a redução da apreensão dos investidores quanto ao cenário externo, a divisa norte-americana encerrou o pregão a R$ 2,6550, acumulando alta de 0,2% desde o final da semana passada. A desvalorização do real contribui para a depreciação das cotações internacionais do café, pois gera perspectiva de aumento dos volumes exportados.
Na ICE Futures US, os fundos de investimento continuam liquidando suas posições compradas no mercado futuro de café arábica. De acordo com o relatório semanal da Commodity Futures Trading Commission (CFTC), o saldo líquido comprado desses fundos caiu para 23.707 lotes no dia 9 de dezembro, ante os 31.217 lotes da semana anterior.

Diante dessa conjuntura, o vencimento março do Contrato C, negociado na bolsa de Nova York, variou significativamente. Na quarta-feira, foi cotado a US$ 1,7185, valor mais baixo dos últimos cinco meses. Porém, ontem, apresentou recuperação, encerrando a sessão, a US$ 1,7435 por libra-peso, praticamente no mesmo patamar do final da semana antecedente.

Já na ICE Futures Europe, o vencimento março/2015 dos futuros do café robusta encerrou a sessão de quinta-feira a US$ 1.942 por tonelada, com perdas de US$ 32 desde o encerramento dos negócios na semana antecedente.

Quanto ao mercado físico brasileiro, as constantes oscilações de preços continuam limitando o volume de negócios. Ontem, os indicadores calculados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) para as variedades arábica e conilon foram cotados a R$ 458,60/saca e a R$ 276,59/saca, respectivamente, com variação de 1,3% e 0,9% no acumulado da semana.

RECESSO DE FIM DE ANO — O Conselho Nacional do Café comunica, ainda, que este será o último boletim semanal a ser distribuído em 2014. A sede do CNC, em Brasília (DF), permanecerá ativa nesse período de final de ano, porém nossas assessorias técnica e de comunicação estarão em recesso entre 23 de dezembro e 5 de janeiro de 2015, dia em que retomam as atividades normalmente.

Aproveitamos o ensejo para agradecer aos conselheiros diretores e associados por possibilitarem que desenvolvêssemos um trabalho consistente, coeso, profissional e pró-ativo a favor da cafeicultura brasileira, nossas cooperativas e parceiros, como os deputados e senadores do Congresso Nacional, os sindicatos de produtores e, com merecido destaque, a Comissão Nacional do Café da CNA e a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), com as quais consolidamos ainda mais nossos laços e pudemos conquistar resultados significativos para o café, que apresentaremos no Relatório Anual de Gestão, em janeiro de 2015.

Ao Governo Federal, agradecemos pela acolhida, pelas audiências e, principalmente, pelos debates, sem os quais não conseguiríamos encontrar caminhos possíveis para a atividade cafeeira. Por fim, deixamos um agradecimento especial a nossos amigos da imprensa, com os quais mantivemos um relacionamento excelente e através dos quais pudemos levar nossos posicionamentos a todos os cantos do Brasil, contribuindo para uma melhor informação dos produtores, razão de nosso existir.

Muito obrigado a todos pelo companheirismo e pelo profissionalismo com os quais nossa lida foi realizada em 2014. Aguardamos que, em 2015, todo esse conceito positivo aumente entre nós e que possamos ter, de fato, um ano vindouro promissor em nossas vidas.


Atenciosamente,

Silas Brasileiro
Presidente Executivo do CNC

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Apesar de uma safra de café menor em 2014, Brasil bate recorde de exportação e gera dúvidas sobre real tamanho da oferta entre os participantes do mercado


Notícias Agrícolas - Seja o porta-voz de si mesmo!

Nova diretoria da CNA, presidida pela senadora Kátia Abreu, é empossada



Cerimônia de Posse da Diretoria e Conselho Fiscal da CNA para o triênio 2014 – 2017/ Crédito: Gustavo Fröner
Empossada nesta segunda-feira para um novo mandato à frente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a senadora Kátia Abreu destacou os avanços do setor agropecuário, hoje responsável por 23,3% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, e lembrou que o país tem peso no cenário econômico internacional. “Apesar das dificuldades da hora presente, o Brasil está entre as 10 maiores economias do planeta”, afirmou em seu discurso.
A solenidade de posse da nova diretoria eleita para o período de 2014 a 2017 contou com a presença da presidente da República, Dilma Rousseff, do presidente do Congresso, senador Renan Calheiros, além de autoridades do Judiciário, governadores, presidentes de federações de agricultura e pecuária dos estados, de sindicatos rurais, e de empresas do agronegócio.
À plateia que lotou o auditório da sede da Confederação em Brasília, a presidente da CNA lembrou que manter a posição de destaque do Brasil e do agro exige investimentos em infraestrutura, garantias de segurança jurídica e superação de velhos paradigmas que alimentam a ação predatória de grupos ideológicos, à direita e à esquerda. “Esses grupos desservem o interesse geral. Agem como os que hoje, de forma desrespeitosa e à margem da lei, invadiram o prédio da CNA. Não veem a árvore, nem a floresta”, afirmou.
Falando dos avanços da agropecuária, a senadora Kátia Abreu ressaltou a importância da interlocução estabelecida com o governo federal e da parceria da CNA com o Congresso Nacional em torno de projetos de interesse do setor. E agradeceu à presidente Dilma Rousseff por ter sido “a primeira chefe de governo a se dispor a entender e atender a agenda do agronegócio, para além dos condicionamentos político-partidários”.
Também enalteceu o papel do Congresso Nacional que, com o apoio do governo, aprovou o novo Código Florestal em 2012, após 15 anos de discussão, e a nova Lei dos Portos, que vai facilitar, entre outros pontos, os investimentos de capital privado em infraestrutura portuária.
Ao citar as obras de infraestrutura para o escoamento da produção agropecuária brasileira, destacou as iniciativas que estão sendo tomadas para viabilizar o transporte de cargas por meio das hidrovias. E brincou com a presidente Dilma Rousseff, relatando que ouviu “de uma pessoa muito importante aqui presente” que nos próximos quatro anos será a vez das hidrovias. O transporte por este modal é considerado fundamental para o escoamento da safra de grãos produzida acima do Paralelo 16, que corta o Centro-Oeste. Com o embarque das cargas pelos portos do Norte e Nordeste, será possível encurtar em até cinco dias o trajeto até à União Europeia e à China, principais destinos das exportações do agronegócio brasileiro.
Indagada pelos jornalistas sobre a importância da presença da presidente da República na cerimônia de posse da nova diretoria da CNA, a senadora Kátia Abreu deixou claro que o setor não está atrás de benesses e nem de proteção do Estado. “Nós só queremos as condições e os mecanismos para continuar crescendo. Queremos apenas levar aos governos os interesses que são do país. O que for bom para o Brasil é bom para o agronegócio”, finalizou.
Conheça a nova Diretoria para o triênio 2014 - 2017:
Presidente – Kátia Regina de Abreu
1º Vice-Presidente -  João Martins da Silva Júnior
Vice-Presidente de Finanças – Eduardo Correa Riedel
Vice-Presidente Executivo – Roberto Simões
Vice-Presidente Secretário – José Zeferino Pedrozo
Vice-Presidente Diretor – Assuero Doca Veronez
Vice-Presidente Diretor – Carlos Rivaci Sperotto
Vice-Presidente Diretor – José Mário Schreiner
Vice-Presidente Diretor – Júlio da Silva Rocha Júnior
Vice-Presidente Diretor – Mário Antônio Pereira Borba

Conheça Conselho Fiscal da CNA para o triênio 2014 - 2017:
Efetivos
Álvaro Arthur Lopes de Almeida
Renato Simplício Lopes
Raimundo Coelho de Souza

Suplentes
José Álvares Vieira
Luiz Iraçú Guimarães Colares
Eduardo Silveira Sobral (In memoriam)

Assessoria de Comunicação CNA
Telefone: (61) 2109 1411/1419
www.canaldoprodutor.com.br
Leia a íntegra do discurso de posse da Presidente da CNA, Senadora Kátia Abreu, para o triênio 2014/2017:
Senhoras e senhores,
É com muita alegria que, diante de tão ilustre plateia, recebo esta honrosa reinvestidura no cargo de presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil.
Agradeço, antes de qualquer outra coisa, a confiança mais uma vez depositada em mim pela maioria das federações de produtores rurais – extensiva aos que me acompanham nesta jornada, desde minha eleição anterior a esta presidência.
Essa confiança atesta o acerto de nossa administração, que procurou – e continuará procurando - agir em sintonia com os anseios e expectativas do setor, ouvindo-o e buscando interlocução construtiva com o Estado brasileiro, de modo a torná-lo parceiro de uma causa comum: o desenvolvimento nacional e o bem-estar social. Esse objetivo está acima, muito acima, de facciosismos ou de querelas partidárias.
Há momentos na história de um país em que os desafios são de tal envergadura que, assumidos ou negligenciados, irão determinar o destino não de só uma, mas de sucessivas gerações.
O Brasil vive tal momento. Há pelo menos duas décadas, galga patamares expressivos de desenvolvimento que o colocam diante de questões que não se resolvem ou se compreendem pela bitola estreita das ideologias.
Somos hoje um país com peso internacional, que, apesar das dificuldades da hora presente, está entre as dez maiores economias do planeta. Isso exige, entre outras providências, investimentos em infraestrutura, garantias de segurança jurídica e superação de velhos paradigmas, que alimentam a ação predatória de grupos ideológicos, à direita e à esquerda, que desservem o interesse geral. Agem como os que hoje, de forma desrespeitosa e à margem da lei, invadiram este prédio. Não veem a árvore, nem a floresta.
Somos o segundo exportador mundial de alimentos, mas, até os anos 70 do século passado, importávamos alimentos e nem sequer cogitávamos de um dia integrar o rol dos maiores exportadores do planeta. A partir daquela década, começou a virada, com políticas de modernização e investimentos em tecnologia e qualificação de mão de obra.
Essa graduação fez com que o alimento, que pesava no orçamento do brasileiro quase 40%, passasse a representar pouco mais de 18%. Em qualquer país comprometido com o seu futuro, tal performance colocaria o setor responsável como prioridade na agenda política. Mas isso só começou a ocorrer recentemente – e a atuação da CNA, sobretudo sua interlocução com o Estado e a sociedade, foi fundamental para que tal transformação ocorresse.
O sucesso não se improvisa. É fruto do trabalho, da confiança no que se faz. E nós confiamos no nosso trabalho e não discriminamos pessoas – defendemos as boas ideias, que estão em toda parte. Nosso primeiro desafio político foi mudar a imagem do produtor rural, visto e exposto por adversários ideológicos como retrógado e truculento, não obstante responsável pelo setor de ponta da economia, que mais contribui para a redução da pobreza e a geração de emprego e renda no país.
A agropecuária foi o segmento da economia brasileira que mais ampliou a geração de empregos entre janeiro e outubro deste ano. Enquanto o nível geral de emprego cresceu 2,24% nesse período, no setor agropecuário o aumento foi de 6,02% - quase o triplo dos demais setores. E não foi só.
O crescimento do PIB do agronegócio superou, em 2014, em quase dez vezes a projeção do FMI. Foi de 3,8%, confirmando nossa importância para o PIB do país. Fechamos 2014 com uma participação de 23,3%.
Tudo isso me dá a convicção de que estamos no caminho certo. Precisamos, cada vez mais, enaltecer as virtudes da livre iniciativa, da liberdade econômica e do respeito à propriedade e ao lucro.
Sras. e Srs., sei que a hora não é de falar sobre o passado. Também não quero transformar essas palavras em um enfadonho relatório de gestão dos últimos 6 anos. Mas há temas que preciso mencionar, pois representam importantes conquistas para a CNA e para o nosso setor. E desde já, reconheço que parte dessas conquistas se tornou realidade por meio de produtivas parcerias entre o Sistema CNA e o Governo, com o decisivo apoio do Congresso Nacional.
Por isso, agradeço à Sra., Presidente Dilma Roussef, que nos permitiu um diálogo pragmático com seu Governo, e aos meus colegas parlamentares, em nome do Senador Renan Calheiros, presidente do Congresso Nacional.
Nesse período, a CNA cresceu. Criamos, ainda em 2009, o Instituto CNA, com o objetivo de desenvolver, junto com a Academia e com as empresas do setor, estudos, projetos e indicadores para o Agro brasileiro. O ICNA monitora as desproteções sociais e a insegurança jurídica no campo. Estimou, por meio de dois estudos inéditos, a necessidade de investimentos em estradas vicinais e em habitações rurais em todo o Brasil. No estudo Escolas Esquecidas, estabeleceu parâmetros para apontar a baixa qualidade de escolas municipais a que meninos e meninas do campo têm acesso. São estudos que buscam mostrar a necessidade de investimento para reduzir as assimetrias de qualidade de vida entre os brasileiros das cidades e os brasileiros que vivem nas áreas rurais.
Nesta Confederação, iniciamos o Projeto Biomas, uma linda parceria entre CNA e Embrapa, com o apoio de empresas do agro e do SEBRAE. São 6 vitrines tecnológicas, uma em cada um dos nossos biomas, onde mais de 350 pesquisadores de 71 instituições de pesquisa, vem desenvolvendo mais de 100 estudos simultaneamente. Os produtores rurais vão ter a disposição todos os resultados, para aprender a produzir sempre de forma sustentável.
Também é importante mencionar a parceria entre CNA e Ministério da Agricultura, que deu origem a nossa Plataforma de Gestão Agropecuária – a PGA. Foram, até agora, investidos cerca de 11 milhões de reais dos produtores rurais brasileiros para construir aquela que é a maior ferramenta desse gênero no mundo. Já hospeda informações de todos os rebanhos do país e caminha para receber informações também dos produtos vegetais. Vai garantir rastreabilidade, transparência e segurança para os consumidores dos nossos produtos no Brasil e no resto do mundo.
De 2009 a 2014, a CNA desenvolveu uma estratégia de inserção internacional do agronegócio brasileiro, de modo a garantir aumento da renda dos produtores. Parte fundamental dessa estratégia foi a criação da Superintendência de Relações Internacionais e dos escritórios de representação no exterior.
Somos, hoje, protagonistas do setor em temas internacionais. Temos escritórios em nossos principais mercados: China e União Europeia. Essas representações fazem o acompanhamento diário das tendências políticas e econômicas que possam impactar o agronegócio brasileiro.
Criamos os observatórios das políticas agrícolas da União Europeia e dos Estados Unidos – e também do impacto da perda do sistema geral de preferências tarifárias (SGP).
Após o relançamento das negociações comerciais Mercosul-União Europeia, em 2010, a CNA acompanhou ativamente as negociações e participou da construção do posicionamento do setor junto ao governo brasileiro.
Lideramos a participação do agronegócio no diálogo entre o governo e o setor privado sobre negociações multilaterais da Organização Mundial do Comércio. E monitoramos toda a expansão da rede de acordos comerciais dos nossos principais parceiros.
Nesses anos à frente do SENAR, demos um novo rumo às ações de promoção social. Demos mais atenção para as mulheres do campo, por meio de ações especificamente direcionadas a elas. O programa Útero é Vida, de prevenção do câncer de colo de útero, realizou 104 mil atendimentos desde 2009, e o Com Licença Vou a Luta foi criado para capacitá-las em princípios básicos de gestão, permitindo que participem da administração das propriedades.
Ampliamos os horizontes dos jovens e adultos com os programas Inclusão Digital Rural e Empreendedor Rural. Somente com os nossos Programas Nacionais, atendemos mais de 520 mil pessoas.
Somados os cursos de formação profissional, ações de promoção social e programas regionais, foram mais de 24 milhões de atendimentos nos últimos 6 anos.
Mas não posso, ao mencionar as ações do SENAR, deixar de citar o PRONATEC. Com recursos do Ministério da Educação do seu governo, Sra. Presidente – e foram mais de 165 milhões de reais desde 2012 –, com execução das Administrações Regionais do SENAR de todos os estados, ajudamos a mudar a vida de mais de 75 mil jovens Brasil afora.
Na política agrícola, também conseguimos muitos avanços. A criação da Agência Nacional de Assistência Técnica, a consolidação do Programa ABC e do Inova Agro, que vão levar mais tecnologia para os pequenos e médios produtores. Tudo com o indispensável suporte de Planos de Safra e linhas de crédito com volumes de recursos crescentes e juros diferenciados, entre as quais destaco as destinadas ao seguro rural, ao PSI, à construção de armazéns e à irrigação.
Como disse, a CNA cresceu. Mas também se fortaleceu. Melhoramos a nossa capacidade de comunicação. Somos hoje uma rede de quase 2 mil smart fones entre CNA, federações e sindicatos rurais em cada canto do Brasil. Nossas mensagens chegam rapidamente à ponta do Sistema.
Somos ouvidos e citados. Passamos a ser fonte para a imprensa, ocupando significativo espaço nos principais veículos nacionais. Desde 2009, entre TVs, rádios e mídia impressa, computamos quase 1,5 bilhão de reais em mídia espontânea. É a voz e as ideias dos produtores rurais levadas a toda a sociedade.
Tudo isso, que é apenas uma síntese do que temos feito, explica uma parte da performance continuada do setor. E o resultado é que, de uma hora para outra, passamos a ser reconhecidos, cortejados por políticos e partidos. Algo mudou - e a presidente da República, Dilma Roussef, tem muito a ver com isso.
Foi a primeira chefe de governo a se dispor a atender a agenda do agronegócio, para além dos condicionamentos político-partidários.
Apoiou o Código Florestal, compreendeu a importância das obras de infraestrutura para o escoamento da produção, soube enfrentar as resistências político-ideológicas em sua base e apoiou a concessão da exploração privada dos portos.
Se muito foi feito – e efetivamente foi -, muito ainda temos a fazer. Os desafios não cessam – e essa é a dinâmica da vida. Crescimento dá trabalho.
As dificuldades do setor sucroalcooleiro e a adequação dos instrumentos da política agrícola para o norte e o nordeste são pautas importantes que ainda estão sobre a mesa.
A infraestrutura e a logística continuam sendo os nossos principais gargalos. Apesar de avanços pontuais, o cenário continua problemático para investidores e usuários do sistema. Os investimentos públicos nas últimas décadas ainda não ajustaram a oferta às demandas e às projeções de médio e longo prazos.
Já há mudanças animadoras, que precisam prosseguir. O Governo anunciou que deverá licitar em 2015 trechos relevantes com o objetivo de reduzir os gargalos logísticos que dificultam o escoamento da produção de grãos em várias regiões.
Foram concluídos recentemente 885 quilômetros da Norte-Sul, ligando Palmas, no Tocantins, a Anápolis, em Goiás. É preciso, porém, que se dê continuidade à Ferrovia de Integração Oeste-Leste, no trecho entre Ilhéus, na Bahia, e Figueirópolis, no Tocantins.
No setor portuário, a MP dos Portos abriu os nossos portos – dessa vez ao capital privado – e vai possibilitar a construção de novos terminais nos portos organizados. 26 deles já estão em andamento.
E há as hidrovias, entre as quais a do rio Tocantins figura como prioridade, que já começou a virar realidade com a obra de derrocamento do Pedral do Lourenço - entre Marabá e Tucuruí, no Pará. A hidrovia do Tocantins será a principal rota de escoamento do MATOPIBA.
Aliás, ouvi recentemente de alguém muuuiito importante que nos próximos quatro anos será a vez das hidrovias. Finalmente teremos os nossos Mississipes!!!
Não tenho dúvida que essa nova logística no Arco Norte, região acima do paralelo 16, em conjunto com a duplicação do Canal do Panamá, vai viabilizar um novo Brasil em termos de produção. Cria alternativas para Centro-Oeste, Norte e Nordeste. Desafoga o Sul e o Sudeste.
Isso não é tudo, mas já é uma razoável amostra do que temos pela frente. Desafios, porém, não nos inibem. Não nos falta disposição para o trabalho. Nós somos parte de um setor produtivo que acredita no futuro do Brasil e que, mesmo em meio às dificuldades, continua investindo.
E para que continuemos agindo assim, precisamos apenas que no campo ambiental, no trabalhista, ou no campo mais geral das regulações do Estado, o produtor rural tenha reconhecida, em seu trabalho, sua alta utilidade social.
A CNA é uma casa política na medida em que a política permeia todas as ações e relações da sociedade. Mas não é uma casa partidária. A disputa ideológica, legítima, necessária, se exerce nos partidos políticos. A nossa Confederação é, ao mesmo tempo, a fortaleza de nossos interesses e de nossos direitos, mas é – e deve continuar sendo – uma reunião de homens e mulheres que coloca a Nação brasileira acima de tudo. Acreditamos que tudo que é bom para o Brasil é bom para o Agro.
Esta, Sras. e Srs., é a casa do produtor rural – e é, portanto, também a minha casa. Mas é, sobretudo, uma casa a serviço do povo brasileiro, destinatário final de tudo quanto fazemos.
O Nosso partido é o Brasil.
Muito obrigada.

Senadora Kátia Abreu - Presidente da CNA

 

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